Quem é William Onyeabor?
A pergunta não quer calar e não há quem consiga responder. O único capaz de fazê-lo prefere manter um enigmático silêncio. Quem é William Onyeabor? Sabe-se: ele é um músico nigeriano que gravou oito discos entre os anos 70 e 80, com uma linguagem fascinante, sobretudo no uso dos sintetizadores, com experimentações eletrônicas inovadoras para a cena musical da época e que soam contemporâneas ainda hoje; sua obra gerou uma compilação, lançada pelo selo Luaka Bop em 2013, que foi festejada como um dos grandes títulos de música africana do ano passado; na esteira do disco, foi divulgado recentemente um mini-documentário sobre o artista, que mais acrescenta mistérios do que esclarece algo sobre a trajetória do sujeito. Conhecidos e amigos o descrevem como uma figura isolada, antissocial — alguns até insinuam que ele é alguém perigoso. Onyeabor recebe a equipe de filmagem em sua mansão, em Enugu (Nigéria), mas não concede entrevistas. O enigma só potencializa o fascínio pelo som, algo entre o funk e o afro-rock com uma concepção de vanguarda. Não há dilema aqui: você não decifrará e será devorado! (RZ)